terça-feira, 21 de julho de 2009

Alfred Mahan

Americano, foi o primeiro a colocar em primeiro lugar a importância do controlo dos mares, aquele que ele chama de Sea Power, no âmbito da política contemporânea. É graças ao controlo dos mares que o Estado pode ocupar o primeiro lugar na hierarquia das potências. Mahan foi o primeiro a conceptualizar a estratégia marítima. Analisa a história dos antagonismos europeus para daí tirar ilações no que concerne à geopolítica dos mares e começa por estudar a potência marítima francesa.
Em 1892, publica The Influence of Sea Power up the France Revolution. Segundo Mahan, a fraqueza da política naval francesa está ligada às características da posição geográfica da França é a sua condição alternada entre a terra e o Mar. Se a França não se conseguiu impor nos mares, isto deve-se a falta de um esforço de longo prazo para estabelecer uma verdadeira armada e, sobretudo, uma verdadeira estratégia naval.
Tal não foi o caso de Inglaterra, na medida em que a sua política foi sempre orientada no sentido de ser a rainha dos mares. Na obra acima referida, Mahan especifica os pontos fortes de Inglaterra face à Holanda e sobretudo à França. Mahan diz que a posição geográfica é um factor chave que determina a estratégia a adoptar. A grande força de Inglaterra foi de saber garantir o controlo das vias de comunicação marítimas, graças a uma hábil política de pontos de apoio (Gibraltar, Suez, Singapura, Cidade de Cabo) e também aos sectores chaves das grandes rotas marítima.
Em relação aos Estados Unidos, Mahan encontra muitas semelhanças com a Inglaterra. Em 1897, Mahan explica, na sua obra The interest of America in Sea Power, a doutrina que deve nortear a acção do seu país, se também quiser chegar aos lugares cimeiros da hierarquia das potências mundiais.
Mahan defende que para os Estados Unidos serem o número um a nível marítimo era preciso: uma associação com a potência naval britânica, oposição às tensões alemãs no que concerne aos mares, vigilância face à expansão preoicível do Japão no Pacífico e defesa coordenada dos europeus e americanas contra os povos da Ásia. Para atingir todos esses objectivos, o controlo dos mares é de facto, essencial.
Mahan defende que para ser uma potência marítima é preciso: a posição geográfica do Estado; as suas características físicas, incluindo as produções naturais e o clima; a extensão territorial; o número de habitante e o carácter do povo.
Os Estados Unidos garantem a sua prosperidade com base na segurança proveniente da sua insularidade e na liberdade do comércio nos oceanos. O controlo dos mares aparece como condição indispensável para a influência mundial dos Estados Unidos. Mahan não se interessa apenas pelos oceanos. No seu livro, Problem of Asia, publicado em 1900, sublinha a importância que McKinder designou como Heartland. A Rússia representa, para Mahan, uma potencial ameaça a que se junta à China. Conclui com a necessidade de uma aliança entre as armadas e as potências marítimas. As ideias de Mahan tiveram uma influência real na elaboração da política das grandes potências, durante os primeiros anos do século XX, designadamente na Grã-Bretanha.

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