A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPQA) foi a escolhida para o Nobel da Paz de 2013, uma decisão anunciada dez dias depois de ter iniciado a supervisão do plano para a eliminação do arsenal químico da Síria.
Thorbjorn
Jagland, Presidente do Comité do Nobel
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A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPQA) foi a escolhida para o Nobel da Paz de 2013, uma decisão anunciada dez dias depois de ter iniciado a supervisão do plano para a eliminação do arsenal químico da Síria.
No comunicado divulgado nesta sexta-feira em Oslo, o Comité Nobel Norueguês
justifica a inesperada escolha com os “amplos esforços” desta organização
intergovernamental “para a eliminação das armas químicas”. Desde a
entrada em vigor da Convenção para a Proibição das Armas Químicas, em 1997, 80%
dos arsenais existentes no mundo foram eliminados, segundo cálculos da própria
organização.
Depois de quase um século em que “foram usadas em várias ocasiões,
tanto por Estados como por terroristas”, o recurso a este tipo de munições é atualmente
“um tabu à luz da lei internacional”, sublinha o comunicado. No entanto, alguns
países ainda não aderiram à convenção e outros não cumpriram o prazo de Abril
de 2012 para a eliminação dos seus arsenais — “o que se aplica especialmente
aos Estados Unidos e à Rússia”.
O principal motivo para que a escolha tenha recaído neste ano sobre a
OPQA surge mais adiante, quando o Comité Nobel sublinha que “os acontecimentos
recentes na Síria, onde foram usadas armas químicas, sublinha a necessidade de
dar novo impulso aos esforços para a eliminação de tais armas”. Mas,
antecipando já a inevitável controvérsia, o Comité garantiu que a distinção
“não foi atribuída por causa da Síria, mas pelo trabalho de longa data" da
organização.
A mais arriscada das missões
A OPAQ, independente das Nações Unidas, integra todos os países que
ratificaram a Convenção e tem por missão a sua aplicação. Está atualmente
envolvida naquela que é considerada a mais desafiadora de todas as missões que
já desempenhou — a destruição das armas químicas da Síria, no prazo de nove
meses, e em plena guerra civil.
A missão foi lançada no âmbito do acordo de 14 de Setembro entre Estados
Unidos e Rússia: o regime de Bashar al-Assad, aliado de Moscovo, aceitaria a
destruição do seu arsenal e, em troca, os Estados Unidos suspenderiam a
ofensiva punitiva que planeavam como resposta aos ataques químicos de 21 de
Agosto.
Na madrugada desse dia, centenas de pessoas morreram em subúrbios a leste e
oeste de Damasco bombardeados com armas químicas, no pior ataque do género em
mais de 25 anos. Uma investigação da ONU confirmou que foi usado gás sarin (um
dos agentes do arsenal sírio) no ataque, que ativistas, organizações
humanitárias e secretas ocidentais atribuem ao Exército. O regime sírio nega a
autoria do ataque.
A notícia da atribuição do Nobel da Paz foi avançada, mais de uma hora
antes do anúncio oficial, pela televisão pública norueguesa. Já no ano passado,
a NRK antecipou-se ao Comité Nobel Norueguês revelando que a União Europeia
fora a laureada – escolha que, tal como agora, surpreende face a outras apostas
tidas como mais prováveis.
Fonte: publico.pt
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