LAMIN RAMOS é um jovem médico da ilha de São
Nicolau que está na linha da frente na luta contra covid-19 no Brasil.
Lamin
Ramos nasceu na Ribeira Brava, ilha de São Nicolau há 36 anos, é médico desde 2009, formado pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, e é especialista em Gastroenterologia pela universidade
Federal Fluminense. Começou a trabalhar no Rio de Janeiro, mas, em 2012,
recebeu uma proposta de trabalho e mudou-se para o Estado de Maranhão.
Trabalha
num Hospital particular, Hospital São Domingos, em São Luís de Maranhão, exercendo
a medicina interna, gastroenterologia e é intensivista (apesar de não ser a sua
área de formação) e médico de “rotina” da clínica médica. Esse jovem
médico da ilha de São Nicolau, a residir-se no Brasil, é Diretor Técnico do
Projecto Home Care – Serviço Médico
em Casa –, na Cidade do Maranhão.
No
que diz respeito a covid-19, Lamin Ramos está na linha da frente, tendo de “se
adaptar à «nova realidade». Passou a atender e a lidar apenas com pacientes com
covid-19. Considera-a “uma doença traiçoeira, onde a avaliação diária dos doentes (às
vezes com oxigénio e ventilação mecânica) é fundamental – devido à falta de um
tratamento específico”. Diz-nos que “viu muitos pacientes com covid-19”; que foi
“surpreendido em vários momentos” e “graças à experiência adquirida, começou a
ter confiança e a criar rotinas que lhe permitiu evitar desfechos não
desejados”.
Atualmente,
o Brasil é considerado o centro da pandemia da Covid-19, com mais mortes
e casos positivos a nível mundial. Segundo o Médico Lamin Ramos, isso deu-se
por que “as pessoas não respeitaram as medidas impostas pelo Governo Estadual e
pelas Prefeituras e devido ao posicionamento errado do Governo da República Federal
em relação à pandemia”.
Considera que o pico da doença no Estado de
Maranhão pode já ter passado. “Todas as camas do hospital estavam ocupadas. Agora a
procura hospitalar tem diminuído – devido à perda do plano de saúde de algumas
pessoas – e o confinamento obrigatório de 10 dias, imposto pelo Governo
Estadual está a fazer efeito”. Mas alerta para os cuidados a ter no pós-confinamento
e respeitar o distanciamento social, evitando uma nova vaga de doentes.
Lamine
Ramos conclui dizendo que “a rotina é pesada, estressante, mas devido ao
momento especial é necessário abraçar a causa e a que recompensa de curar e salvar
vidas é maior”. Deixa um conselho aos cabo-verdianos, em especial às pessoas de São Nicolau:
“é muito importante manter as medidas de distanciamento social, o uso das máscaras –
pois o vírus tem uma percentagem de infeção muito alta – e respeitar as medidas
ou orientações do Ministério da Saúde.