quinta-feira, 15 de outubro de 2015

EZILDA DUARTE ALMEIDA - Jovem cabo-verdiana que criou software de apoio a diagnóstico de cancros


 Ezil­da Duarte Almeida, 30 anos, é natural do Caleijão, ilha de São Nicolau. Mestre em Engenharia informática e com­putação pela Univer­sidade do Porto.

Ezil­da Almeida chegou a Portugal em 2004, para se licenciar­ na área da sua formação, de­pois de ter sido destacada como “aluna de mérito” em Cabo Verde. Isto rendeu-lhe, na altura, uma bolsa de estudos, no que acabou por atingir o grau académico de mestrado integrado, uma norma da universidade onde estudou.
 
 
Em 2010 defendeu uma disser­tação sobre “Algoritismo de clas­sificação com a opção de rejeição”, que teve como fundamento classi­ficar se um tumor era maligno ou benigno. “Sempre tive uma paixão em associar a área da saúde com a informática, daí o meu projeto final de curso ter sido também nessa área”, explica.

Ezil­da Almeida revela que ser engenheira informática nunca foi, na verdade, o seu so­nho de infância, mas durante o ensino secundário descobriu que, afinal, era essa a sua voca­ção. “Ao longo dos meus estu­dos secundários fui-me apaixo­nando pelas disciplinas de ma­temática, física, e chegou uma altura em que não restavam dúvidas de que o caminho a se­guir era a informática”, conta.

A entrevistada do A NAÇÃO explica que, entre outras, uma das razões que a levaram a op­tar por esta área foi saber que, ao contrário de outros cursos ponderados, a engenharia in­formática não a restringe a uma profissão ou a uma fun­ção específica para toda a vida. “Hoje agrada-me pensar que os conhecimentos que adqui­ri vão abrir-me, cada vez, mais portas em diferentes áreas e a minha vida profissional não é monótona”, afirma orgulhosa.

Antes de entrar para a INESC TEC, Ezilda Almeida fez um estágio em Business Inte­lligence (BI) na Sociedade de Transportes Colectivos no Por­to (STCP). Aqui foi responsável pelo desenvolvimento de uma aplicação de BI e i implemen­tação de alguns componentes como a criação de um relató­rio utilizando o Reporting Ser­vice. Um outro desafio passou pela criação de cubos de dados como Analysis Service e elabo­ração de ‘queries’ para SQL Ser­ver. Dessa forma, Ezilda Almei­da assegura que tem experiên­cia suficiente para trabalhar em qualquer empresa ligada à engenharia e/ou informática, de preferência, em Cabo Ver­de. “Já mandei o meu currícu­lo a várias entidades e aguardo uma resposta”, afirma. “Sinto que em Cabo Verde poderei ser mais útil, mas para isso é im­portante que Cabo Verde me queira”.

Um dia, foi desafiada pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Com­putadores do Porto (INESC TEC), onde trabalha há cinco anos, a criar um software capaz de apoiar os médicos a diagnosticarem me­lhor doenças como cancros da mama e da próstata. Desafio acei­te, desafio vencido.
Conforme contou ao A NAÇÃO, iniciou, em Setembro de 2013, o software ExpertBayes e, em De­zembro do ano seguinte, já tinha uma “versão funcional”, tendo os primeiros testes sido “excelentes” e aqueles que tiveram acesso ao software ficaram “maravilhados”.
“Os profissionais da saúde acha­ram-no fantástico, pois, em caso de dúvidas, ao fazer um diagnósti­co, o software ajuda-os na tomada de melhor decisão”, explica.

Atualmente, é investigadora/programadora na área de Desenvolvimento, Machi­ne Learning e Inteligência Artifi­cial, no Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avança­dos_CRACS/INESC, no Porto.

ExpertBayes, desenvol­vido por Ezilda Almeida, não é um trabalho isolado. Faz parte do projecto ABLE (Advice Based Learning) do Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados_CRACS/INESC, no Porto, de cuja equipa a nossa entrevistada faz par­te. O mesmo tem por objectivo aplicar técnicas de Ma­chine Learning (aprendiza­gem de máquina) a cuida­dos de saúde.

Embora há pouco tempo em funcionamento, e ainda alvo de melhorias, esse sof­tware teve já uma “grande projeção” a nível interna­cional, garante sua criadora. “Este software deu origem a um artigo científico e, sendo eu a autora, fui apresentá­-lo, em Dezembro de 2014, em Detroit, nos EUA, e con­segui mostrar aos outros in­vestigadores a importância desse sistema que demorou um ano a ser desenvolvido”, revela.


“O artigo, que foi acei­te na conferência interna­cional, em Detroit, foi feito assente nos resultados de base de dados reais, isto é, de pacientes submetidos a exames de rastreio dos can­cros da mama e da prósta­ta”, acrescenta.

O uso de tecnologias in­formáticas no campo da saúde é algo que todos os dias conhece novos desen­volvimentos. Os cancros da mama e da próstata são dois domínios que há mui­to concentram a atenção da comunidade científica mun­dial.
 
O facto de Elzida Al­meida saber que o seu nome está hoje associado à busca de solução para essas duas graves enfermidades é, ob­viamente, algo que muito enche de orgulho essa cabo­-verdiana.

 
 
Com "A NACÃO"

12 comentários:

  1. ...software foi desenvolvido por um equipa de investigação no ambito de projeto financiado ou so por ela...
    Não ouvi nada disso na comunidade cientifica e nem na universidade do porto

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    1. Bem di fora, vê-se logo que ês daqueles cabo-verdianos que tem dor crónica dos cotovelo. Vê se consegues fazer alguma coisa de valor ao invés de estar a sentir ciúmes do sucesso dos outros.

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  2. O software faz parte de um projecto maior mas foi desenvolvido só por ela pois estava a seu cargo na distribuição de tarefas para o projecto. Claro que foi supervisionado mas o software é da sua autoria sim e talvez não tenhas ouvido na universidade do Porto porque ela não estuda mais lá, concluiu o mestrado integrado em 2010 e começou a trabalhar no software em 2013. Espero ter esclarecido.

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  3. quem teve a ideia de criação do projeto é a senhora responsavel pelo projeto financiado em 2 milhões de euros...manda me link...ela faz parte da equipa de 50 investigadores...cuidado com o titulo da noticia..ainda pode chegar ao dono da ideia

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  4. "O facto de Elzida Al­meida saber que o seu nome está hoje associado à busca de solução para essas duas graves enfermidades é, ob­viamente, algo que muito enche de orgulho essa cabo­-verdiana." não sao minhas palavras...

    "ExpertBayes, desenvol­vido por Ezilda Almeida, não é um trabalho isolado. Faz parte do projecto ABLE (Advice Based Learning) do Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados_CRACS/INESC, no Porto, de cuja equipa a nossa entrevistada faz par­te. O mesmo tem por objectivo aplicar técnicas de Ma­chine Learning (aprendiza­gem de máquina) a cuida­dos de saúde" , Também nao são minhas.

    muito cuidado com essas coisas...fica mal.
    Não vi nome dela na comunidade cientifica...aconcelho a mudar o título da notícia.

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    1. Por acaso já falaste com ela para saber se o software não foi desenvolvido só por ela? Epá, vocês são uma praga nesta terra! Falam coisas sem saber. Sim, ela faz parte de uma equipa de investigação que tem desenvolvido alguns projectos da FCT, contudo no caso do software o mérito é dela. Se esse facto te deixa em delírio podes sempre ligar para o INESC Porto para confirmar ou então procurar os papers publicados para ver se ela é ou não a primeira autora. Vai chupar limão meu caro!

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    2. http://ieeexplore.ieee.org/xpl/abstractAuthors.jsp?arnumber=7033141
      tem la varios autores...seu caralho...fica mal na comunidade cientifica estar a publicar coisas de autoria , quando é feito por varios....

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  5. tens aqui o link (http://dblp.uni-trier.de/pers/hd/a/Almeida:Ezilda) para o papers!

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    1. deixe de mentira procura saber com funcionam projeto de investigação financiados pelo FCT...A ideia e concepção parte do professores doutorados...seu velho.
      se ela fosse dono da ideia do software, a noticia partia da sociedade cientifica...sabe quanto custo desenvolver software...desenvolver nao é nada...a ideia e o algoritimo que conta. ela é apenas executora das tarefas e deixem de marketing barrato

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    2. o link nao esta a funcionar...imagina descoberta desta magnitude a preocupar em encontrar um lugar de trabalho em cv...ela é paga para trabalhar , tantos como os outros...ela sabe disso

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Velho e caduco és tu, ó seu idiota! Pelo menos podia fazer a concordância entre o verbo "funcionar" e o sujeito "projecto". A tua inveja será a tua cova!

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