segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Lourenço Gomes apresenta Ribeira Brava – A URBE: História e Crítica das suas Obras de Arte

Ribeira Brava – A URBE: História e Crítica das suas Obras de Arte é um ensaio que visa conhecer melhor a origem e a evolução da urbe da Ribeira Brava. Dedica ao labor de apresentar uma descrição histórica dos representativos bens do património urbano e arquitetónico bem como a análise da dimensão estética relacionada com distintas obras artísticas das belas artes que fazem parte do quotidiano dos seus moradores.
 
Começa por enquadrar a Cidade-Vila da Ribeira Brava na História do Urbanismo e da Arquitetura, analisada na perspetiva de lugar de memória. O trabalho dá também subsídios, a quem o lê, para uma perceção da “Vila”, em apreço, como um sítio histórico inserido num contexto geográfico e num passado a que se liga a ilha de S. Nicolau.
 
Dedica ainda, a sua primeira parte, a evidenciar o Centro Histórico da Ribeira Brava como património nacional e reporta ao advento do estatuto de cidade, obtido recentemente. Realça, igualmente, os vestígios de permanência, no tempo, de uma identidade própria, na área urbana mais antiga do burgo.
 
Num segundo momento, são descritos e analisados, os eixos urbanos mais representativos da cidade (largos ou praças e ruas) e se apresenta uma incursão à história e crítica de criações artísticas tais como: obras de arte pública decorativa, edifícios históricos envolventes e respetivos elementos ornamentais.

Assim, começa-se pelo largo do Terreiro, onde se destacam construções com estéticas arquitetónicas bem definidas, nomeadamente de cariz religioso, para fins educativos e casas senhoriais, todas expressivas de uma tradição construtiva colonial. São destacados, de modo especial, porque estão bem próximos do Terreiro, o mercado municipal, um verdadeiro espaço de sociabilidade na urbe e a histórica ponte próxima do Matadouro que sempre funcionou como importante elo de ligação dos dois lados do vale da Ribeira Brava.
 
No eixo urbano onde a tradição urbanística das cidades históricas eternizou a ideia de “rua direita” da cidade, pela ligação física que estabelece entre as representações de poder religioso e político, são destacados mais dois exemplares de habitações senhoriais, da tipologia existente no Terreiro. É oportunidade para, antecipando a análise das composições arquitetónicas referidas, se descrever a especificidade deste tipo de artéria numa cidade. Depois são referenciadas duas praças que são contíguas à mesma rua, existentes ainda na parte baixa da cidade. Nas mesmas, se evidencia o espírito decorativo aí presente. Realça-se o facto de serem separadas, as duas praças, por uma das construções de maior prestígio da cidade: o edifício do Paço do Concelho, também descrito e analisado.
 
No extremo oriental do Centro Histórico debruça sobre a emblemática obra arquitetónica do Seminário/Liceu que é parte de um conjunto arquitetónico, relativamente antigo e que integra a área protegida da cidade.

No último eixo urbano investigado, sempre na perspetiva da História do Urbanismo e da Arquitetura, bem como da crítica da arte é revelado o simbolismo da Virgem Maria, através da respetiva estatueta da santa, enquanto elemento especial de ornamentação do Largo de Nossa Senhora da Graça. Dá realce, nas proximidades deste largo, a mais um conjunto arquitetónico onde são destacados a edificação de cariz sanitária (a antiga Enfermaria Regional) e a Igreja do Nazareno, todas com interesse histórico-cultural para a ilha.
 
O trabalho faz, algures, na primeira parte, uma incursão ao núcleo urbano específico – a Ladeira, que, tal como outros conjuntos edificados da cidade, só na aparência, corresponderiam a supostas periferias, visto que integram, inclusivamente, a zona histórica. Neste e noutros espaços urbanos da cidade, existem habitações que espelham uma vivência mais simples e bem acolhedora, típicas das gentes de S. Nicolau. Tais obras se destacam pela sua tipologia muito própria, dimensão mais reduzida e, em regra, edificadas, no passado, à base de materiais construtivos maioritariamente de origem local, como: pedras, barro, ramos de arbustos e de árvores, sendo estes últimos, elementos da estrutura de madeiramento da cobertura, no passado, de tais construções residenciais.
(Texto gentilmente enviado pelo autor ao submarinocaboverdiano.blogspot.com).

O lançamento da obra acontece no dia 5 de Dezembro, às 19h30, na Biblioteca Municipal da Ribeira Brava.

 


Dados do autor

Lourenço Gomes é natural de S. Nicolau, Professor Universitário, Investigador e Historiador de Arte, doutorado em História. É membro do Conselho Científico na Uni-CV, coordena cursos de graduação e é Diretor  do Mestrado em História.

Da sua atividade académica destaca-se a sua ligação a vários centros de investigação, nacionais e estrangeiros. Foi eleito, em 2012, Presidente de uma sociedade académica internacional, a The António De Noli Academic Society”, com sede em Itália.

Como académico, tem organizado eventos científicos e participado, como conferencista, em colóquios e congressos nacionais e internacionais. Integrou, recentemente, a Comissão Científica do Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL), realizado em 2013, na Cidade do Mindelo.


Publicou diversos artigos científicos da sua especialidade e quatro obras bibliográficas: “Urbe Memória e Crítica da Arte (2011)”, das Edições Uni-CV; “Nhô N’Ton Julinhe e Nhô Candinhe: duas Referências do Património Cultural de S. Nicolau” (2011), como co-autor, da Colibri Edições de Portugal; “Da Noli a Capo Verde” (2013), da Marco Sabatelli Editore em Itália, também como co-autor e Memórias do Liceu da Praia (2013), com co-organizador.

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