quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Calendário Regional de Futebol de São Nicolau 2014_2015

O Campeonato de Futebol da Associação Regional de Futebol de São Nicolau inicia-se este fim-de-semana.
Os jogos, desta jornada, disputam-se todos no Estádio Di Deus, Município de Ribeira Brava.
A Época termina no dia 3 de maio, uma semana antes de iniciar o Campeonato Nacional.
No Nacional, o campeão de São Nicolau defrontará os representantes de Santiago Sul, Santiago Norte, Brava, Mindelense (Campeão Nacional) e do Sal.

 


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Futebol Clube Ultramarina conquista torneio de abertura, época 2014/2015


A equipa do Futebol Clube Ultramarina conquistou torneio de abertura, época 2014/2015. 

Foi na penúltima jornada, 6.º, que tudo ficou decidido após a equipa da Cidade do Tarrafal-SN vencer, no Estádio Orlando Rodrigues, o Belo Horizonte de Juncalinho por duas bolas a zero. Ambos os golos foram marcados por Patchick.
 
 

A equipa do F.C. Ultramarina aproveitou o empate entre o C.D. Ribeira Brava frente e o S.C. Atlético, a uma bola, para conquistar o torneio de abertura a uma jornada do fim.

 

Resultados da 6.ª Jornada:
F.C. Talho 1 - 2 F.C Praia Branca
Ribeira Brava 1 - 1 S.C. Atlético

Ajatsn 2 -1 A.A. Preguiça
Futebol Clube Ultramarina 2- 0 Belo Horizonte
AJAT-SN 2 – 1 Preguiça
Ultramarina 2 – 0 Belo Horizonte
                              

Resultados da 7ª Jornada
F.C. Belo Horizonte 1 -1 S.C. Atlético
F.C. Talho 0 – 2

P. Branca 3 – 0 R. Brava
Ultramarina 0 – 0 Preguiça

 

Classificação Final
1.º - Futebol Clube Ultramarina - 17 Pts
2.º - F.C Praia Branca - 13 Pts
3.º - Ribeira Brava - 11 Pts
4.º - S.C. Atlético - 10 Pts...
5º - Ajatsn - 9 Pts
6º A.A. Preguiça 7
7º - F.C. Belo Horizonte - 5 Pts
8º - FC Talho - 1 Pt
5.º AJAT-SN - 9
6.º AA Preguiça – 7
7.º Belo Horizonte - 5
8.º Talho – 1

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Criação do Clube de Amigos do Museu da Pesca de Cabo Verde


Sábado, dia 10, foi dado um passo muito importante para o Museu de Pesca - criação do BLACKFISH - Clube de Amigos do Museu Nacional da Pesca.
 
 

 
 
Esta associação, que funcionará sob o formato de “Clube de Amigos”, fica denominada BLACKFISH-Clube de Amigos do Museu da Pesca, com sede em Tarrafal da ilha de São Nicolau.

O Museu da Pesca no Tarrafal — em processo de instalação é já uma realidade irreversível. Trata-se de uma instituição público-privada – IIPC/Ministério da Cultura e apoiada pelo M_EIA, Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura. Ligado intrinsecamente à história da fábrica SUCLA desde a sua fundação aos dias de hoje (base de seu acervo e património), o museu pretende, através de suas atividades e programas, promover o desenvolvimento cultural, educativo e científico da ilha de São Nicolau e sua população.

Um marco na preservação e perpetuação das memórias da pesca em Cabo Verde desde dos primórdios de seu surgimento até ao presente. Igualmente, supomos, um atrativo, ampliação da oferta turística, mais um motivo de interesse e chamariz para visita à ilha de São Nicolau.

No desenho conceptual do Museu da Pesca entendeuse autonomizar esses serviços através de um órgão legalmente constituído que ora se propõe: uma associação de amigos do museu, que terá como objetivo geral a defesa, promoção e apoio ao museu na sua missão educativa, social e cultural.

A Magna Assembleia constitutiva aconteceu por volta das 17:50 e foram escolhidas as pessoas que vão dirigir os 4 Órgãos do Clube:

Mesa da Assembleia Geral
Presidente - José Freitas
Vice- Presidente - Emanuel Spencer
Secretária - Eunice Vieira


Direção:
Presidente – José J. Cabral
Vice-Presidente – Francisco Spencer
Tesoureiro – Hipólito Brito
Primeiro Voga . Carlos Silva
Segundo Vogal – Bertelina Brito

Conselho Executivo:
Presidente – Joaquim Pinheiro
Primeiro Vogal – Teófilo Figueiredo
Segundo Vogal – Elina Santos
 
Conselho Fiscal:
Presidente – Amilcar Gonçalves
Primeiro Vogal – José Almeida
Segundo Vogal – Manuel Freitas.

 


D) Conselho Fiscal:
Presidente - Amílcar Gonçalves
Primeiro Vogal - José Almeida
Segundo Vogal - Manuel Freitas

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O SEMINÁRIO-LICEU DA ILHA DE SÃO NICOLAU DE CABO VERDE

Imagem: lantuna.blogspot.com
A História da sua fundação e o papel preponderante por ele exercido na civilização de Cabo Verde.
 
 O Seminário-Liceu de S. Nicolau foi fundado em 1866 e encerrado em 1931 para albergar os deportados da metrópole, em consequência da Revolução da Madeira, iniciada em Abril de 1931.
À elevação de Cabo Verde a bispado em 1533, devia naturalmente à ideia de se fundar um estabelecimento de ensino secundário para a instrução do Clero.

Assim, por uma carta Régia de 12 de Janeiro de 1570, determinava a criação de um Seminário na Vila da Ribeira Grande de Santiago. Mas a régia carta ficou letra morta, a despeito dos esforços empregados pelo então bispo de Cabo Verde, D. Francisco da Cruz. As ideias foram caindo sem que o Seminário  se efetivasse.

Passaram-se anos e anos. A ideia que felizmente ficara de pé tomou vulto e seguiu outra determinação no mesmo sentido em 1824. D. Jerónimo do Barco, o então bispo da diocese,  fez o possível para a realização de tão louvável  ideia, já se encarregando ele mesmo de dirigir as obras do edifício seminarial , cujos fundamentos foram por ele lançados. Mas estava escrito que não era ainda que desta vez, e nem na Ilha de Santiago que havia de surgir o “farol” que vinha “iluminar” esta terra espiritana.

Eleito deputado, D. Jerónimo Barco retirou-se para Lisboa, ficando paradas as obras da edificação, a que  se havia devotado. Muito distante vinha o ano imorredoiro em que o tal “farol” se havia de erguer em Cabo Verde. Efetivamente, só 40 anos depois é que, por Decreto Lei de 3 de Setembro de 1866, se ergueu na ilha de São Nicolau o tão desejado “farol” – o Seminário Liceu que “rasgou fundamente as trevas da ignorância em que os cabo-verdianos viviam imersos”.

É certo que já estavam lançados os fundamentos do ensino primário oficial com a criação de algumas escolas “de primeiras letras”, e funcionava uma escola primária superior na Cidade da Praia. Mas aquele ensino limitava-se a muito poucas escolas, que permaneciam quase sempre fechada por falta de mestres e material didascálico e, por isso, escola principal não tinha alunos, ou como escreveu o escritor cabo-verdiano João Augusto Martins, a escola “andava às moscas”.

Quando começou a funcionar o Seminário, cujo fim principal era formar eclesiásticos para a evangelização do arquipélago de Cabo Verde. Mas, cada padre ao ser enviado para a respetiva paróquia a preparação para, a par da doutrina cristã, ministrar os primórdios de instrução primária.

Foi ao calor da vivificante da suave luz da fé e moral cristã, misturado com beneficentes  luz do “a, b, c” de que eram portadores os padres saídos do Seminário de São Nicolau que mais se formou e de todo se depurou o carácter franco, leal pacífico e hospitaleiro dos cabo-verdianos. Mas o Seminário que também era liceu preparava igualmente para uma vida civil e nesta qualidade aleitou ao seu urbe seio filhos de cá e de lá fora que se formaram nos diversos ramos da atividade humana, sobretudo nas letras, na burocracia e no magistério.

A fundação do Seminário-Liceu é dos acontecimentos mais felizes da história de Cabo Verde, portanto é dele que partiu a “luz que mais intensamente iluminou Cabo Verde”.

Falando do Seminário-Liceu, como referiu o escritor acima citado na sua obra Madeira, Cabo Verde e Guiné, “o Seminário-Liceu de São Nicolau e a Escola Central da Praia constituíam os únicos focos da instrução de carácter superior em Cabo Verde. A Escola Central, porém às moscas […]. Do Seminário-Liceu  não se pode dizer o mesmo. Vê-se e enumera-se, hoje, um grande número de “filhos da província”, em todas as classe e profissões liberais, que receberam ali os elementos de uma instrução cotável em toda a parte” (p. 152).

Efetivamente, quem, senão o Seminário-Liceu de São Nicolau, formou famosos talentos  - prosadores brilhantes, uns poetas distintos dos outros – tais como José Lopes, Corsino Lopes, Miguel Monteiro, Porfírio Tavares, Pedro Monteiro, Silva Araújo, Costa Teixeira, Duarte da Graça, Lopes Cardoso, Marques Lopes, Pedro Delgado e Tertuliano  Ramos? Filho do Seminário foram ainda os “esperançosos moços”, cujos nomes também se regista na história da literatura cabo-verdiana – Barbosa Ferreira, Barreto de Carvalho, Francisco Duarte, José Calangans, Lela Lopes, Mário Pinto e outros tantos. A ação educativa do Seminário-Liceu foi decisiva na civilização cabo-verdiana.

Contudo, foi o Seminário já extinto e contra essa extinção que representou “um gravíssimo erro administrativo”. Houve vário protestos por parte dos cabo-verdianos. Como notou o ex-professor do Liceu Infante D. Henrique  José dos Reis Borges, “infelizmente,  as ondas do Atlântico abafaram as vozes dos que protestaram na imprensa cabo-verdiana, mas o eco chegou ao poder central” em Lisboa.